Aucune langue trouvée. Capítulo 7 – Espiritualidade e autenticidade | Formação O Verdadeiro Eu

Capítulo 7:
Espiritualidade e autenticidade

corpo templo sagrado, saúde holística, higiene energética, conexão corpo-mente

Duração : 1h 45


Beleza, agora tá claro: a gente já entendeu o sistema.
Ele não trabalha pra nós.
Ele trabalha pra ele.
Como a gente também.
A matriz, as instituições, os grandes discursos, tudo isso a gente já sacou.
Acabou a ilusão.

A gente também já percebeu que nosso corpo é sagrado.
Não é só um monte de carne que leva a gente de um ponto A até um ponto B.
É nosso veículo, nossa casa, nosso templo pra essa vida.
E o que a gente coloca nele – comida, pensamento, substância ou intenção – mais cedo ou mais tarde gera um efeito. Bom ou ruim.

A gente explorou a sombra, nossas partes menos bonitas, nossos impulsos, nossos mecanismos escondidos debaixo do tapete.
E em vez de fugir ou negar, a gente começa a entender que precisa domar isso.
Olhar de frente, trocar uma ideia, quem sabe até oferecer um cafézinho, só pra mostrar que foram ouvidas.

Então é isso.

Se tudo começa dentro da gente, se o mundo de fora é só reflexo do nosso mundo interno…
Então tá na hora de se reencontrar.
De reconectar com o que tem de mais verdadeiro, mais vivo, mais quente dentro de nós.
Não com o que a gente faz pra agradar os outros.
Não com a máscara social, nem com o personagem que criamos só pra “funcionar”.

Não. Agora é hora de voltar a ser verdadeiro.
Verdadeiro consigo.
Verdadeiro com os outros.
Verdadeiro com a Vida.

E isso, talvez, seja a única espiritualidade que realmente conta.

Introdução

Todo mundo tá procurando alguma coisa… sem nem saber direito o que é.
Uma sensação, um sentido, uma paz interna?
A gente corre atrás de respostas sem nem sempre conhecer as perguntas certas.

E aí tem essa palavra: espiritualidade.
Um termo tão usado que acabou perdendo um pouco da força, do gosto.
Banalizado, retorcido, esvaziado…
Colado em tudo: tapete de yoga com cheiro de incenso ou discurso que mais parece slogan do que verdade.

Mas no fundo… o que a gente realmente procura?
Uma luz?
Uma verdade?
Um retorno pra casa?

Talvez, além de todos os dogmas, métodos e falatórios, o que a gente quer mesmo é alcançar autenticidade.
Algo cru, simples, verdadeiro.
Algo que não tenta agradar, mas que ressoa.
Algo que não precisa provar, mas que se sente.

E se, no fim das contas, a verdadeira espiritualidade…
for isso: voltar a ser a gente mesmo, por inteiro, sem máscara, sem papel, sem medo?

autenticidade espiritual  |  ser você mesmo sem máscara  |  meditação e alinhamento interno  |  espiritualidade vivida no dia a dia  |  sair do new age superficial  |  encarnar sua verdade  |  dar poder de volta às mulheres  |  sabedoria universal e simplicidade  |  prática espiritual sincera  |  coerência entre fé e vida  |  alma imortal e autenticidade  |  vibração espiritual encarnada

Conteúdo do capítulo 7

Nossa alma imortal

O budismo fala disso sem rodeios: nossa alma seria eterna.

Um tipo de bola de energia, cheia de tudo que já viveu, amou, sentiu, aprendeu… em outras dimensões, em outros planos ou aqui mesmo, na Terra, esse campo de treino meio duro mas super formador.
Um campo de treino denso, pra quem gosta de dançar.
Uma alma-biblioteca, cheia de histórias, traumas, alegrias, sabedorias e malas ainda não abertas.

E sinceramente… isso bate forte em mim.
Quantas vezes eu já tive essa sensação estranha, num lugar, num olhar, num encontro rápido ou numa conversa simples, de déjà-vu?
Como se algo dentro de mim já soubesse.
Como se eu não fosse só um cara perdido num canto do mundo com um passaporte no bolso.
Tem algo maior do que eu morando aqui dentro.
Eu sinto isso.
Tem… outra coisa.

Então vamos mais longe:
E se a gente já tivesse vivido várias vidas?
Antes dessa, ao lado, por cima, por baixo, ou em diagonal, conforme sua geometria espiritual.
Tudo depende do seu jeito de ver espaço-tempo, alma, invisível.
Mas bora brincar com essa ideia.

E se essa vida fosse a mais preciosa de todas?
A mais livre, a mais nutritiva?

Porque, fala sério… você imagina as outras vidas?
Condições de higiene de filme pós-apocalipse, vocabulário só de grunhido, sem aquecedor, sem chocolate, sem Wi-Fi e uma expectativa de vida que acabava antes de entender o sentido da palavra “sentido”.

A gente morria com 30 anos, dentes acabados, corpo cheio de cicatriz, depois de ser recrutado à força pra bater nos vizinhos com uma lança.
A gente deve ter seguido Gengis Khan, Alexandre, César ou Napoleão, forçados a morrer pela causa deles sem querer.

Então sim, é provável que todo mundo ainda tenha, nos corpos sutis, algumas flechas, balas de canhão ou punhais emocionais cravados.
Não dá pra ver em raio-x, mas tão lá, escondidos entre dois chakras.


/
Os Essênios – sim, eles ainda existem – têm protocolos terapêuticos bem impressionantes pra tirar tudo isso.
E pode acreditar, é bom demais remover uma lança energética fincada na escápula desde 1342, ou uma flecha nas costas causando dor ou aperto há séculos.

Então… várias vidas? Por que não.
Isso explicaria os dons “que surgem do nada”.
Aquele moleque de 6 anos tocando Chopin de olhos fechados.
Aquela adolescente que já programa IA enquanto você, aos 15, ainda penava com seu videocassete.

Todo mundo carrega tesouros.
Memórias antigas, saberes “de antes”, habilidades guardadas.
Nossa alma não esquece nada.
É nosso cérebro que demora um pouco pra ligar.

/
E se a gente fosse ainda mais longe nesse jogo?
E se o tempo não fosse linear?
Se nossas vidas não estivessem só atrás da gente, mas também na frente, em paralelo ou em outras formas de existência?
E se a gente já tivesse experimentado o futuro, vivido em mundos que ainda não existem pros nossos olhos mas vibram dentro das nossas células?

Talvez a gente tenha escolhido encarnar aqui e agora, justamente nesse ponto de virada, esse cruzamento onde vários mundos se sobrepõem.
Um momento único: o começo da era tecnológica que flerta com o invisível, acesso instantâneo à informação infinita, possibilidade de estar conectado com o todo o tempo todo.
Nunca o humano teve tantas ferramentas, tantos espelhos, tantas tentações, tantas chaves.

É um parquinho revolucionário.
Um campo de experimentação onde sombra e luz convivem numa velocidade maluca.
Então por que não brincar com essa ideia?
Por que não imaginar que eu já vivi em 3427, com outros códigos, outros desafios que eu ainda não consigo conceber… mas cujo eco talvez eu já sinta?

E se essa vida aqui fosse exatamente o lugar onde todas as nossas dimensões se encontram?
O lugar onde memórias passadas e futuras se misturam pra criar uma obra nova.
Um momento escolhido, querido, decisivo.

Então… a gente teria várias vidas?
Interessante.
Até meio perturbador.
Mas acima de tudo: lógico, se parar pra pensar.

Porque como explicar que uma criança de 4 anos pinte como um mestre flamengo?
Ou que um moleque de 8 anos toque Mozart com mais graça que um adulto que ralou 20 anos no conservatório?
Como um adolescente pode inventar equações que até professor de matemática sua frio pra entender?
Não, sério… alguém me explica.

Ou tem trapaça cósmica.
Ou tem memória.
Não a do cérebro.
A da alma.

Essas crianças não aprenderam isso nessa vida.
Não tiveram tempo. Só lembraram.
Esse é o segredo delas.

Elas reconectaram um talento, um saber, uma vibração… que já carregavam dentro delas.
Uma herança de antes, vinda de outro lugar.
E adivinha?

A gente todo mundo tem isso dentro de si.

Sim, você também.
Mesmo que sua maior obra de arte seja um PowerPoint bem alinhado.
Mesmo que sua maior performance musical seja no chuveiro.

A alma registra tudo.
E não perde nada.
Ela guarda, arquiva, codifica, conserva cada aprendizado, cada emoção, cada momento de despertar.
Tudo que você já aprendeu um dia, nessa vida ou em outra, fica dentro de você.
E só espera… pra ser reacendido.
Então se às vezes você tem essa sensação estranha de “já saber”… não é ilusão.
É sua memória de alma batendo na porta.
Ela tá dizendo: "Oi, a gente não esqueceu tudo, sabia? Quer brincar de novo?"


/
Eu tenho a convicção íntima de que a gente reencarna em grupos de almas.
Meio como uma trupe de teatro celestial, que repete cenas que ficaram inacabadas.
Almas que se reencontram de novo e de novo, até que as contas sejam resolvidas, as feridas cicatrizadas e os karmas, criados juntos, com alegria ou tragédia, sejam dissolvidos.

É por isso que hoje a gente pode estar com um pai, uma irmã, um filho…
Mas que, em outra vida, talvez tenha sido nosso amante, nosso inimigo mortal, nossa mãe sufocante ou nosso carrasco favorito.

Sinceramente, quando olho pra minha própria família, é difícil não ver um monte de pendências intergalácticas pra quitar.
Meu pai biológico?
Sumiu como poeira kármica, depois de deixar um saco de dores, versão “abandono e maus-tratos”.
Ele plantou sementes de injustiça… e vai colher, mais cedo ou mais tarde.
O Universo não esquece nada.
Só é paciente.

E minha mãe?
Minha querida mãe, tão instável quanto tirânica…
Ela, sem saber, fez muito bem o papel dela na peça: o da gatilho, da especialista em sofrimentos psicológicos.
Mas se eu viro a cena, se eu subo um pouco acima dessa vida, fica difícil não considerar o contrário:
E se eu, ou meus irmãos, tivéssemos feito horrores com ela em outra vida?
E se essa vida fosse o momento dela, de voltar e acertar as contas com a gente?

Todo mundo quer ser o herói luminoso da própria história.
Mas às vezes, a gente também foi o outro… o carrasco, o manipulador, o covarde.

Tudo se paga, sim.
Mas no amor, não na vingança.
E eu acredito de verdade que entender isso, esse simples deslocamento de olhar pra uma dimensão maior, pode mudar tudo.

Não faz a dor do passado sumir, mas suaviza a borda.
E principalmente, abre um caminho… pro perdão, pra paz interior.

New age e espiritualidade

Teve um tempo, entre dois baseados de maconha e um vinil do Pink Floyd, em que a gente começou a sonhar com um mundo melhor.
Era nos anos 60, as religiões estavam perdendo força.
Muito rígidas, muito patriarcais, muito cheias de culpa…
Precisava respirar.
A humanidade buscava uma saída de emergência.
E aí surgiu uma nova onda, toda colorida de arco-íris: o New Age.

Cristais por todo lado, chakras descobertos como órgãos secretos, mensagens de seres galácticos recebidas toda terça à noite na lua cheia.
Era bonito, fresco, meio viajado, às vezes ridiculamente ingênuo… mas era uma tentativa sincera de se reconectar com algo maior.

Era o começo de um novo sopro.

Aí os anos passaram.
As estrelas nem sempre responderam os chamados.
As cartas de tarô viraram digitais.
E alguns “mestres iluminados” começaram a passear de jato particular entre duas palestras sobre desapego.

Aí a palavra “New Age” envelheceu feio.
Aos poucos foi trocada por “espiritualidade”, mais sóbria, mais chique, mais vendável.
Hoje em dia, todo mundo se diz “espiritual”.
Até seu vizinho que vende NFT de golfinho fluorescente falando de frequência vibratória.
Até influencer do Instagram que posta “gratidão” entre dois publis de produto detox.

O problema?
A palavra “espiritualidade” virou um chiclete mental.
Não quer mais dizer quase nada.
Tá em todo lugar e em lugar nenhum.
Um conceito genérico pra quem não acredita mais em nada mas ainda espera tudo.


E agora?

Talvez o futuro da espiritualidade não seja mais de cristais nem de seminários sobre despertar quântico.

Talvez se pareça com algo mais cru, mais real, mais íntimo.
Um retorno ao essencial.

À autenticidade radical.

A essa capacidade de se encarar de frente, nu, vulnerável, sem máscara nem pose.
E ter a coragem de dizer:
« Eu não sei, mas estou aqui. Eu sinto que algo me chama. Eu quero me reencontrar. »

Esse futuro talvez nem tenha nome.
Vai ser um caminho.
Silencioso.
Sóbrio.
Mas poderosamente vibrante.

E talvez seja isso o verdadeiro sagrado: voltar a ser verdadeiro.
Não perfeito, não iluminado, só profundamente vivo.


A autenticidade, como nova religião?

E se, no fundo, a gente não estivesse aqui pra “ter sucesso na vida” como venderam pra nós?
Não pra fazer carreira, comprar SUV, ter um LinkedIn bombado ou uma casa estilo Pinterest?

Mas simplesmente… pra se tornar verdadeiro.

Não “bonzinho”.
Não “perfeito”.
Não “iluminado” como o vizinho que faz yoga entre duas brigas conjugais.

Só.
Verdadeiro.

De verdade mesmo.

Ser verdadeiro é um baita trampo.
Exige tirar as máscaras, uma por uma.
Aquelas que a gente usa pra parecer bem.
Aquelas que a gente colocou pra sobreviver, pra agradar, pra não decepcionar.
É se olhar no espelho e dizer:
« Tá aqui o que eu sou. Aqui estão minhas feridas. Aqui está o que eu costumo esconder. E aqui está o que eu escolho não fugir mais. »

O drama?
A gente vive numa era de vitrines.
Todo mundo no palco.
Todo mundo querendo parecer “de bem com a vida”, “alinhado”, “em transição pro melhor de si”, mas a costura tá arrebentando.
Dá pra sentir que muita gente tá só atuando.
Até no desenvolvimento pessoal.
Principalmente aí, aliás.
Como se o humano quisesse virar uma versão photoshopada de si mesmo: mais iluminado, mais limpinho, mais vendável.

Mas a verdade é que a vida, a real, é bruta.
Ela arranha, ela dói, ela bagunça.
E não aguenta mais falsidade.
Ainda mais agora.
O mundo tá pegando fogo – literal e figurado – e só quem ousar voltar a ser real vai aguentar.

Ser verdadeiro também é admitir que a gente nem sempre sabe.
Que a gente duvida.
Que a gente tem medo.
Mas que mesmo assim segue em frente, com o coração meio tremendo, mas aberto.

É dizer “eu te amo” mesmo morrendo de medo.
É chorar na frente de um amigo sem vergonha.
É dizer “não” quando tudo pressiona pra dizer “sim”.
É ter coragem de largar o que não alimenta mais, sem ainda ter o plano B.

Então sim, talvez o objetivo final dessa época não seja “se elevar” ou “ter sucesso” como acreditamos,
Mas finalmente descer dentro de si.
Aterrar na própria verdade.
E andar pelo mundo sem fantasia.
E se essa fosse a nossa revolução?

Um lado oculto da evolução: a solidão

Todo caminho de evolução tem um lado oculto que é essencial reconhecer com clareza: a solidão.
Ela aparece muitas vezes como um isolamento progressivo, quase natural.

Porque quando seus olhos se abrem, quando você começa a enxergar o que a maioria ainda se recusa a ver, nada parece igual.
As ilusões caem.
Os mecanismos ficam visíveis.
E é impossível fechar os olhos de novo.
Impossível voltar atrás depois que a porta da compreensão foi atravessada.

Nesse processo, seus amigos, seu círculo, e às vezes até seu parceiro, podem deixar de te entender.
Você, por outro lado, vai entendê-los melhor: vai vê-los presos no mundo da Matriz, cativos de seus medos, seus hábitos ou sua inércia.
Como continuar cercado de pessoas que vibram baixo, quando você tá sendo puxado pra cima?

Essa é uma realidade desse caminho:

  • Você vai sentir pena de quem continua preso em crenças erradas,
  • Você vai sofrer às vezes ao vê-los atolados nesse peso do dia a dia,
  • E você vai experimentar essa sensação de caminhar sozinho, enquanto eles continuam andando na lama do Sistema.

Mas lembre-se: essa solidão não é um fim.
É uma etapa necessária.
E também é o sinal de que você está avançando.

Porque ao mesmo tempo, você vai atrair novas pessoas, que vibram na mesma frequência que você.
Companheiros de jornada autênticos, que vão compartilhar essa nova energia.
Então sim, seja forte.
Sim, aceite essa parte de solidão.

E mantenha o sorriso: porque o caminho é lindo, e vale a pena.


/
Eu vivo isso já faz um bom tempo.
E sinceramente? Pra mim tá de boa.
Eu tô bem comigo mesmo, nesse celibato forçado, nessa espécie de retiro improvisado da minha vida.

Eu sei que não vai durar, que vai passar.
Mas por enquanto, tem uma coisa clara como cofre blindado: tá cada vez mais difícil conversar com as pessoas “de antes”.
Eu vejo os padrões em dois segundos, capto os traumas em três frases, e sinto de cara o que precisariam pra seguir em frente.
Só que… a gente só pode ajudar quem quer ser ajudado, não é?
Então sim, eu passo por esse isolamento.
Porque sem perceber, eu sinto tudo.
Eu entro num lugar cheio de gente, cruzo um olhar, e pá: eu vejo as sombras, os problemas existenciais, as dores escondidas, e principalmente por que elas tão ali.
Como você fala pra alguém que a dor nas costas vem da incapacidade de gritar:
“Chega, não aguento mais carregar tudo isso nas minhas costas!”
… sem parecer um maluco iluminado?

Eu tentei, viu.
E claro, não falha: me olham torto.

Então agora eu parei de querer salvar todo mundo.
Eu vou entendendo, pouco a pouco, que não é assim que funciona: se a pessoa não decidiu se ajudar, é missão impossível.

Então sim, eu passo por esse isolamento social.
Mas com o tempo, eu percebo que começo a gostar.
Eu prefiro ficar comigo mesmo do que mal acompanhado.

Uma coisa é certa: eu não aceito mais ser puxado pra baixo, ser sugado energeticamente, ou não ser alimentado positivamente pelo outro.

Se eu quero manter minha energia boa, eu prefiro ficar sozinho.
Simples.
Claro.



O poder da meditação

Em algum momento da caminhada, quando a gente já tentou de tudo – os livros de desenvolvimento pessoal, os retiros na floresta, as separações que acordam, as mudanças de continente – sobra uma coisa pra fazer:
Sentar. E respirar.

Chega a ser engraçado.
Depois de tanta agitação, tanto barulho, tantas buscas externas, a gente descobre que a verdadeira viagem começa… numa almofada.
Não precisa de visto, de xamã, nem de incenso (apesar de que, sejamos honestos, às vezes ajuda a entrar no clima).

Meditar é dizer pro universo:
« Beleza, eu parei de fugir. Vou olhar o que tem dentro de mim. Até aquilo que eu evito. Até o que incomoda. »
É aí que começa a autenticidade.
Não na pose, mas na presença.
Não no que a gente mostra, mas no que a gente ousa sentir.
A gente fecha os olhos, e tudo vem à tona.
Os pensamentos malucos, as dores guardadas, os desejos, os arrependimentos, as mini-neuroses que a gente achava que já tinha resolvido…

E tá perfeito assim.

Porque meditar não é alcançar um estado de paz zen permanente.
É aprender a ficar ali, consigo mesmo.
Mesmo quando é desconfortável.
É parar de trapacear.
Parar de querer estar em outro lugar.
Parar de fugir no fazer, no parecer ou nas mil distrações das nossas vidas modernas.

A meditação, bem praticada, não é uma técnica de relaxamento.
É um espelho.
Um espelho cru, às vezes duro, mas que acaba polindo a alma.

E pouco a pouco…
Algo começa a se soltar.
A mente, esse maestro histérico, abaixa o tom.
O corpo finalmente respira.
E o coração volta a falar.

E você começa a sentir quem você realmente é.
Não o que você acha que é.
Não o que esperam de você.
Mas você, no seu silêncio, no seu centro, na sua verdade nua.

E ali, nesse espaço, não tem nada pra provar. Nada pra controlar. Nada pra ganhar.
Só ser.
E é aí que começa a verdadeira transformação.

Porque meditar não é fugir do mundo.
É se reconectar a ele com integridade.


/
Eu medito, mais ou menos regularmente, já tem quase dez anos.
E se tem uma regra só que eu gostaria de passar, é essa: toda vez que a gente percebe que o trem dos pensamentos levou a gente longe demais, é só trazer de volta pro aqui e agora. Quantas vezes for preciso.

As primeiras sessões parecem muitas vezes inúteis: quinze minutos remoendo o que a gente já costuma remoer, girando em círculo nas mesmas histórias.
Mas chega um momento em que a atenção colocada nesses pensamentos acaba resolvendo eles.
Como se a gente fechasse portas que ficaram abertas por tempo demais, como se finalmente organizasse gavetas entulhadas.

E aí um dia, algo muda: o cômodo da nossa mente parece mais claro, mais espaçoso, e a gente pode finalmente descansar ali.
Essa clareza não vem de um esforço forçado, mas do simples fato de lembrar, de novo e de novo, que o espaço nasce da atenção ao presente.
Cada volta pro instante é como uma nova conexão neuronal, um caminho gravado no cérebro que vai aprendendo, aos poucos, que o silêncio é possível, que a paz tá acessível aqui, agora.

Essa, pra mim, é a verdadeira mágica da meditação: não é um estado místico reservado a alguns escolhidos, mas um hábito leve que transforma nossa relação com o mundo, uma respiração que acaba deixando a vida mais clara, mais leve.

Devolvamos o poder às mulheres

A mulher é muito mais do que um ser encantador.
Ela é chave, ponte, espelho e fonte.
Ela é essa energia sutil que, em silêncio, convida o homem a mergulhar dentro de si.

Ela não precisa forçar.
Ela atrai, como a luz atrai o vaga-lume.

Pela presença, pelo mistério, pela ternura ou pela força, ela dá ao homem o impulso de mergulhar no próprio lago interior.
Esse lago que ele às vezes foge, acostumado demais aos desertos mentais e às batalhas externas.

Porque a mulher, naturalmente, guia para dentro.
Ela mostra um caminho novo: o do sentir, das emoções profundas, da verdade íntima.
E quanto mais o homem se entrega, mais ele se reconecta com seus desejos escondidos, suas feridas antigas, suas sombras esquecidas…
Aquilo que ele deixou de lado, muitas vezes desde a infância.

Mas atenção: essa descida não é um passeio no campo.
Essa viagem pode parecer um mergulho em pântanos de emoções reprimidas.
Lá onde ficam os pesadelos mal digeridos, as raivas engolidas, as tristezas caladas.
É a lama da alma, a famosa dark shadow, essa parte de nós que temos vergonha de encarar.

E mesmo assim… é atravessando essa matéria escura que nasce a libertação.
Ao ousar mergulhar, o homem acessa seus próprios tesouros escondidos.
E ele entende:
O que a mulher mostra não é ela.
É ele, em espelho.
Seu próprio mundo interior.
Suas próprias chaves.

A mulher não está aqui pra preencher, mas pra revelar.
Ela é guardiã da vida, da natureza, do elo sagrado entre os seres.
Ela não busca possuir, mas fazer crescer.
Ela não conquista territórios, ela fertiliza terras interiores.

Por natureza, ela está mais no coração do que na mente.
Ela sente. Ela escuta. Ela cria pontes onde o homem, às vezes, levanta muros.
Ela dá a vida.

E muitas vezes, ela também desperta a vida no homem.

É hora de devolver a ela esse papel sagrado.
Não colocando num pedestal, nem invertendo papéis,
mas reconhecendo seu poder de cura, de inspiração e de amor.

Devolver o poder às mulheres é também devolver poder ao coração.
E convidar os homens a descer da cabeça, pra reencontrar, graças a elas, a verdade do próprio ser.


/
Vou te dizer uma coisa: eu tô convencido de que o futuro pertence às mulheres.
Não no sentido de que elas vão dominar a gente, né (apesar de… 😏), mas porque elas têm esse algo a mais que a gente pisoteou demais nesses últimos milênios:
o coração, a intuição, a visão do vivo.

Nós, homens, somos bons pra carregar peso, consertar coisa quebrada e bancar os engraçadinhos no churrasco, e já tá ótimo!
Mas onde elas brilham é na conexão profunda, na harmonia, no impulso de vida.

Eu acredito de verdade que nosso papel, nós homens, não é comandar, mas apoiar.
Estar presentes com nossos braços fortes e nosso coração vulnerável, oferecer um espaço seguro, afetivo, leal, e dizer: “Vai, minha linda, solta sua magia. Você tá no comando. Eu tô aqui.”

Porque quando uma mulher se sente emocionalmente segura,
ela libera uma energia… mas assim… cósmica!
Ela irradia, inspira, cura, cria, bota estrelas na nossa vida.
E no processo, ainda ajuda a gente a evoluir, a virar homens melhores.

Olhemos pros últimos 5’000 anos, o que deu com homens no comando:
guerras, invasões, massacres, dominação, exploração, destruição,
por pedaços de terra, de minério ou de ego.

Resumindo: um baita desastre.
Valeu, senhores.

Talvez esteja na hora de tentar outra coisa, né?
De colocar as mulheres de volta no centro do círculo, não pra botar num trono,
mas pra ouvir o que elas têm a dizer, o que sentem, o que sabem.

E se fosse a vez delas de guiar… e a nossa de apoiar?
Sinceramente, eu topo.

/
Eu concordo totalmente com você, pai!
E talvez seja por isso que meus padrões pros homens são tão altos…
Mas eu também quero devolver o real valor aos homens, que eu considero nossos iguais.
Diferentes, sim, mas iguais.

Para mim, o homem é um construtor, um que ergue direção, um explorador. Ele carrega uma força de ação que, quando alinhada, permite criar na matéria tudo o que escolhe com todo o ser.
E eu tenho uma admiração profunda por essa capacidade: a resiliência, o foco, a paixão, o dom de superação.
Essas são qualidades que, na minha vida, me inspiram todos os dias.

Eu acredito que a verdadeira revolução não vai vir de um sexo dominando o outro, mas da união consciente das duas energias, dentro de nós e entre nós. Porque todos nós temos uma parte feminina e uma parte masculina. A chave é aprender a viver as duas juntas, sem rejeitar nenhuma.

A mulher, por essência, cria a visão, assim como dá a vida.
Ela é o farol que ilumina a direção, a voz da intuição e da sabedoria que mostra o caminho.

O homem, por sua vez, encontra os meios de realizar essa visão.
Ele solta seu potencial pra transformar a ideia em realidade, ele explora, constrói, abre caminho.
É assim que podemos coexistir nas nossas forças, colocando o melhor das nossas energias a serviço do mundo.
Mas pra isso, é preciso um ajuste dos dois lados:

Nós, mulheres, precisamos cultivar nossa sabedoria e intuição, mas também desenvolver certos traços do masculino — clareza, direção, estrutura — pra transmitir nossas visões de forma concreta e audível.

Os homens, por sua vez, precisam aprender a se abrir pro seu interior, a cultivar a entrega, a superar o orgulho pra ouvir e honrar a voz do feminino — dentro de si, e na mulher que encontram.

Eu acredito que o verdadeiro poder de amanhã vai estar nessa dança sagrada: uma mulher que ousa iluminar o caminho, e um homem que ousa colocar toda sua força pra segui-lo.
Não na hierarquia, mas na complementaridade.
Porque no fim, devolver poder às mulheres não é tirar dos homens.
É convidar os dois a reencontrar a própria grandeza, juntos.



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